terça-feira, 26 de julho de 2016

Croquete de vina

Croquete de salsicha tipo vina.

Bateu aquela vontade de salgadinhos de festa e nós fomos testar como fazer o croquete de vina. Confira a nossa receita.


Ingredientes:
800 ml água
875 ml farinha de trigo
3 colheres de sopa de óleo
1 colher de sopa de sal
Salsinha
1 dente de alho
Salsicha (tipo vina de cachorro quente)
Farinha de rosca

Modo de preparo:
Em uma panela grande adicione a água, salsinha, alho, sal, o óleo e leve ao fogo. Deixe ferver por alguns minutos para cozinhar o alho. Na água você pode adicionar os temperos que desejar.
Depois de fervido um pouco os temperos na água é hora de adicionar a farinha de trigo, adicione toda de uma vez, e mexer bem. Se tiver alguém para te ajudar a segurar a panela ficará mais fácil..
A massa ficará cozida em pouco tempo, para saber o ponto da massa é só pegar um pedaço na mão e tentar fazer uma bolinha. Se a massa não grudar o ponto está certo e já pode apagar o fogo.
Deixe a massa esfriar um pouco.

Cozinhe as vinas por alguns minutos ou até incharem.
Corte as vinas ao meio.

Montando o croquete:
Quando a massa estiver mais fria, abra um pouco da massa na palma da mão. Coloque um pedaço de vina sobre a massa e enrole, modelando um croquete.

Dica: você pode molhar com água a mão para facilitar a modelagem do croquete.

Empanando os croquetes de vina:

Empanar os croquetes é super fácil, basta ter uma vasilha com água e outra vasilha com a farinha de rosca.
Passe rapidamente os croquetes pela água e em seguida role eles pela farinha de rosca e estarão prontos para fritar.

A parte "difícil"  está quase no fim.
Agora é só fritar e comer que é fácil fácil (rsrsrs).




Variação com bananas: ao invés da salsicha pode-se fazer o croquete de banana,  no final após estar frito é só passar pelo açúcar e canela como se fosse um churros. Fica uma delícia.


Bom apetite. 
Autores: Va e Luiz.

domingo, 24 de abril de 2016

Pão caseiro fofinho com esponja sem ovos e sem leite

Pão caseiro fofinho com esponja sem ovos e sem leite.

Após alguns testes acertamos uma receita para o pão fofinho e sem cheiro de fermento.


Confira nossa receita:


Ingredientes para a esponja:
1 colher de sobremesa rasa de fermento biológico seco para pães;
3 colheres de sobremesa de açúcar;
250ml de farinha de trigo e
250ml de água morna (aproximadamente 50ºC ou temperatura que consiga colocar o dedo sem queimar).

Como fazer a esponja:
Numa vasilha misture bem a farinha, o açúcar, o fermento e a água morna. 
Cubra a vasilha com filme plástico e com uma toalha ou um cobertor para que se mantenha a mistura levemente aquecida.
Deixe descansar dentro de um forno ou armário até que forme uma massa esponjosa (leva cerca de 1h).


Depois que a esponja estiver pronta, vide foto acima, é hora de misturá-la aos demais ingredientes da massa do pão. 

Ingredientes para a massa do pão:
1600ml de farinha de trigo;
2 colheres de sopa de margarina com sal, derretida;
2 colheres de sopa de óleo vegetal;
100ml de açúcar;
1 colher de chá de sal;
300ml água morna e
Esponja de fermento feita previamente.

Como fazer a massa do pão:
Junte todos os ingredientes da massa do pão em uma vasilha grande e sove bem. A massa deve ficar macia e não colando nas mãos. Se necessário ajuste com um pouco de trigo ou um pouco de água.


Dica: Também pode ser adicionada à massa outros ingredientes como: linhaça, aveia, castanhas, frutas cristalizadas ou outros em quantidade moderada.

1º Etapa de crescimento do pão:
Cubra a vasilha com um cobertor ou toalha e guarde no forno ou armário até que a massa dobre de tamanho. (costuma demorar 2h.)


2º Etapa de crescimento do pão:
Após o 1º crescimento devemos sovar a massa, retirando o gás de fermentação. Isso irá fazer com que a fermentação se distribua bem por toda a massa nos dando um pão fofinho e sem gosto de fermento.

Após sovarmos a massa, nesta etapa, podemos dar forma ao pão e colocarmos na forma untada com óleo. Esta forma será a definitiva que depois irá ao forno para assar o pão.
Deixamos o nosso pão na forma de bolo número 4.


Em seguida levamos a forma com o pão ao armário ou ao forno para que tenha o último crescimento, recomendo não cobrir para que o pão não grude no pano. Deve-se deixar o pão crescer até que atinja pelo menos o dobro da altura. Esse último crescimento demora em torno de 2h.
Como o crescimento varia muito com a temperatura ambiente pode ser necessário aquecer o forno por uns 5 min e após desligar colocar o pão para que cresça num ambiente morno.

Assando o pão: 
Após as duas horas da etapa anterior, com o pão já no forno, acenda o fogo no baixo. Isso fará com que haja um crescimento final. Deixe assar em fogo baixo por cerca de 40 minutos ou até que doure. Desligue o fogo e deixe descansar até que seja servido. 

Hora de comer!!
Depois de tanto trabalho a hora tão esperada chegou. Hora de comer o pão!!

Como armazenar:
Depois que o pão já estiver em temperatura ambiente guarde em sacos plásticos. Você pode guardar parte no freezer ou na geladeira e outra parte deixe em temperatura ambiente para comer.

Autores: Luiz e Va.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Minha ideia para a melhoria do chamamento de professores pelo Processo Seletivo Simplificado da secretaria de educação do estado do Paraná.


Minha ideia para a melhoria do chamamento de professores pelo Processo Seletivo Simplificado da secretaria de educação do estado do Paraná.

Introdução:

Sou Professor Luiz e trabalho atualmente na rede pública estadual de educação do Paraná.
Gosto muito do meu trabalho e da escola pública. Acredito que educação pública de qualidade é base para o futuro da nação. Sou grato ao Governo do Estado, à secretaria de educação e aos núcleos de educação pela oportunidade que tenho de trabalho pelo Processo Seletivo Simplificado.
Sei, contudo, que as escolas da rede pública ainda sofrem com a falta de professores no início dos períodos letivos devido a demora do chamamento dos professores. Acredito que essa demora poderia ser minimizada se investíssemos numa melhoria do sistema de dados, e resolvi escrever esta postagem para compartilhar minha ideia.

Não pretendo por meio dessa postagem criticar o trabalho de ninguém. Acredito que os profissionais da secretaria de educação do Paraná, dos núcleos regionais de educação e das escolas estaduais estão fazendo um bom trabalho o que torna possível essa oportunidade de trabalho para muitos de nós professores. Pretendo apenas trazer alguns pontos que podem colaborar para a melhoria do sistema de dados que esse pessoal dispõe e que poderia agilizar o trabalho de todos resultando num chamamento mais rápido e escolas com professores já nos primeiros dias letivos.

Breve explicação sobre o funcionamento atual do PSS:

Os professores que desejam trabalhar na rede pública estadual de ensino com contratação temporária passam por um processo de seleção chamado PSS. É uma prova de títulos na qual contam diplomas e experiência no próprio estado para galgar pontos e por em ordem uma lista de candidatos.


Foto do portal do PSS. Fonte: http://www.pss.pr.gov.br/

Esta lista é formada com inscrição eletrônica por um portal na internet
http://www.pss.pr.gov.br/

Existem editais que regulamentam o concurso. Nestes editais os candidatos
são informados de como se inscrever, datas, prazos, lista de pontuação dos títulos, dos documentos que precisam providenciar para uma possível contratação entre outras informações.
http://www.educacao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=191

Após as inscrições é formada uma lista e cada candidato tem acesso à sua classificação
na lista de candidatos. Até aqui o sistema atual é bastante razoável e funciona bem.

O fato de se poder inscrever e acompanhar o chamamento via internet foi um grande avanço e
permite à secretaria de educação atender ao grande número de candidatos de uma forma organizada.


Onde encontramos dificuldades:


Espero que os leitores entendam que não pretendo apresentar aqui uma solução única e definitiva, mas espero contribuir com uma ideia que, combinada a outras ideias e ao trabalho de muitos profissionais, possa resultar numa solução ou melhoria no atual sistema.


Em um certo momento próximo ao início das aulas a lista de professores candidatos começa a ser chamada por um edital na internet, o que obriga o candidato a inserir em sua rotina diária a observação da página da secretaria de educação.
http://www.nre.seed.pr.gov.br/
Este procedimento é correto, contudo contribui para que muitos dos candidatos, ocupados por seus outros afazeres acabem por perder a chamada e faltar no dia da convocação.

No sistema atual, pelo que sei, as escolas solicitam à secretaria de educação (que passa as informações aos núcleos regionais de educação) professores para atenderem à necessidade informando o turno e o número de aulas disponíveis aos núcleos.
Assim os núcleos procedem o chamamento por edital de um determinado número de professores no qual esperam que consigam atender aos horários disponíveis nas escolas.

Ao chamar por edital os funcionários dos núcleos não têm como saber quantos dos professores de fato comparecerão ao chamamento e também não têm como saber se esses professores chamados terão disponibilidade de horário e transporte ao local das aulas, ou seja, na prática os núcleos ficam limitados pelo sistema a chamar e torcer para que professores possam atender aos horários e locais necessários e enquanto isso, os professores estão ansiosos para trabalhar, e não tem como informar ao núcleo suas preferências de escolas nem suas disponibilidades de horário.


Foto ilustrativa. Fonte: http://www.bothsidesofthetable.com/2011/12/17/let-me-introduce-myself/hand-shake-table/

Na prática os professores só ficam sabendo das aulas disponíveis quando sentam frente a frente com
um funcionário do núcleo onde poderão ver num papel as aulas disponíveis nas escolas e terão de decidir de última hora se aceitam aula naquela escola ou não. Nesta situação os professores muitas vezes não sabem sequer o endereço da escola nem se conseguirão um transporte para o trabalho naquele local. Isso gera um grande número de desistências. Ao chegar na mesa o professor descobre que as aulas não são no turno que ele pode trabalhar, ou que o colégio fica muito longe. Os funcionários dos núcleos sabem muito melhor do que nós essas dificuldades que eles enfrentam ao atender os professores dessa forma. Fora o grande número de professores que chegam sem a documentação necessária para a contratação.

Então as principais dificuldades identificadas que contribuem para a lentidão no processo de contratação dos professores substitutos são:

(1) Os núcleos de educação não têm informações sobre os horários dos professores; Os professores não podem definir nem atualizar seus horários possíveis de trabalho;

(2) Os núcleos de educação não têm informações sobre que escolas os professores podem ou querem trabalhar; Os professores não podem mostrar as escolas que gostariam ou poderiam trabalhar;

(3) Muitos dos professores candidatos não atendem aos requisitos mínimos exigidos em edital ou têm dificuldades em comparecer com todos os documentos no momento que chamados.


Inspirando-nos no modelo de pregão eletrônico:

Para resolver esse problema proponho que adicionado ao sistema em portal de internet um componente muito importante baseado no modelo de pregão eletrônico.


Foto ilustrativa de pregão eletrônico. Fonte: http://www.blogdafloresta.com.br/comissao-geral-de-licitacao-adota-iniciativa-para-agilizar-compras-publicas/

Os pregões eletrônicos são uma modalidade de licitação que busca adquirir produtos ao estado por menor preço. Nos pregões eletrônicos as empresas fornecedoras são cadastradas num sistema eletrônico pela internet e podem participar dos pregões. Nos pregões cada empresa submete as informações de seus preços de produtos ou orçamentos no sistema e o sistema automaticamente classifica e escolhe o vencedor do pregão. O vencedor do pregão deve, após o pregão, comprovar documentos e condições para o fornecimento dos produtos e tem um contrato aberto com o estado.

O chamamento de professores poderia seguir em parte essa lógica comprovadamente eficiente que fez com que os pregões eletrônicos se tornassem não somente previstos, como também a forma preferencial de pregão prevista por lei.
(Mais informações Decreto Lei 5450/2005; 5504/2005 e portaria interministerial 207/2006)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Preg%C3%A3o_eletr%C3%B4nico



A escolha dos horários disponíveis pelos professores para as aulas:

O sistema de cadastro de professores pelo PSS ganharia um componente onde o professor informaria, e seria capaz de manter atualizado durante o processo, numa área dentro do portal do PSS sua disponibilidade de horários para trabalhar. Dentre os horários, ou ao menos os turnos, escolhidos seria possível escolher também uma ordem de preferência. Por exemplo: O professor A pode trabalhar todos os dias pela manhã ou a noite, mas prefere trabalhar pela manhã. O sistema automaticamente escolheria para o professor A apenas aulas para os turnos da manhã e da noite e preferiria a manhã.
O sistema também deveria ser capaz de evitar sobrecarga do professor limitando as horas de trabalho em 40 horas e evitando turnos incompatíveis como noite, manha e tarde num mesmo dia.


Exemplo de como pareceria numa página html uma tabela de horários semanal. Ver mais em:
http://fullcalendar.io/js/fullcalendar-2.6.1/demos/languages.html


A escolha das escolas de preferência:

Também nesta área o professor poderia selecionar uma ordem de escolas de sua preferência para trabalhar. Esta lista de escolas poderia ser tão longa quanto se queira porque o sistema usaria a lista para ordenar as escolas de preferência do candidato e evitaria chamar o candidato para uma escola que não esteja na lista ao menos que o candidato marcasse uma opção de que aceitaria escolas além das listadas.

Assim um sistema eletrônico ganharia duas informações muito importantes para o chamamento:
- Horário disponível do professor;
- Lista de preferência das escolas;


As Informações adicionais que o sistema teria das escolas:

Em uma outra área de um portal da internet, (peço que me perdoem se essa área já existir), as escolas poderiam preencher e informar ao sistema os horários, quantidade de aulas e disciplinas nos quais elas precisam de professores.

Assim o sistema eletrônico ganharia três informações chave das escolas:
- Disciplinas;
- Horários;
- Quantidade de aulas;



Como evitar o problema dos professores que não entregam os documentos?

Para evitar que o sistema fique cheio de cadastros de professores que eventualmente não venham a comprovar títulos ou atender a critérios básicos o cadastro dos professores candidatos às vagas do PSS teria de agregar os documentos necessários ao processo e poderia inclusive agregar já alguns, ou mesmo todos os documentos necessários para a contratação.

Essa entrega de documentos seria feita por arquivos anexados de forma digital ao sistema, de modo que algum documento faltante pudesse ser adicionado posteriormente dentro de um prazo razoável anterior a data final do cruzamento das informações a medida que o candidato conseguir providenciar e digitalizar os documentos exigidos.

Os funcionários dos núcleos de educação ou da secretaria de educação analisariam num sistema de portal de internet os documentos postados eletronicamente e chamariam para uma entrega pessoal de documentos somente casos em que algum esclarecimento precisasse ser feito sobre algum documento que não pudesse ser feito via comunicação eletrônica. Essa análise pela internet aliviaria a sobrecarga de trabalho dos funcionários dos núcleos porque poderia ser feita caso a caso no ritmo necessário sem a necessidade de chamar uma multidão de candidatos para a entrega de títulos numa única data.

Assim após essa análise virtual de documentos o sistema teria somente candidatos cadastrados que atendessem a todas as exigências dos editais e que estariam prontos esperando a contratação numa escola que listaram como preferencial, sem serem chamados em escolas que não podem atender, sem serem chamados em horários que não podem trabalhar.



Cruzando as informações.

Ao final do prazo das inscrições dos professores candidatos o sistema cruzaria automaticamente as informações inseridas pelos professores candidatos com as informações inseridas pelas escolas e montaria uma lista de chamamento que chamaria diretamente o professor "A" da disciplina "D" para a escola "X". Na escola, ou nos núcleos regionais, o professor seria chamado para providenciar, com prazos razoáveis, os documentos finais para a contratação. Sabendo onde trabalharia e não teria de escolher de última hora.



Um pouco da lógica da seleção pelo sistema:

Quero trazer nesta sessão uma ideia bem simplificada, não pretendo escrever algoritmos de solução do problema, trata-se de uma ilustração bem simplória.

De posse das informações o sistema processaria os dados mais ou menos da seguinte forma:
Selecionar dados do Candidato 1º colocado. Professor "A".
Selecionar primeira escolha de escola (escola X) e horários disponíveis do 1º colocado.
Enquanto não encontrar vaga nem terminarem as escolas.
 Se existem vagas nesta escola nos horários disponíveis pelo candidato:
  Aulas da escola X ficam com o professor "A".
 Senão tentar a próxima escola da lista do professor.
Fim do enquanto.

Assim de professor em professor seguindo a ordem de classificação e a ordem de preferência das escolas informada pelo professor no sistema até que as vagas existentes sejam preenchidas.
O sistema preencheria uma tabela com a lotação dos professores e informaria cada um de sua escola e horário.
Assim somente os professores lotados em alguma escola dentre as previstas na inscrição seriam chamados para os documentos finais de contratação.

Considerando que com todas estas medidas ainda aconteçam casos em que o professor desista o sistema rodaria um novo cruzamento de informações tentando resolver as vagas reabertas até que cada escola tenha um professor.

Conclusão

Fica postado um rascunho de minha ideia e sugestão de melhoria do sistema de dados do PSS. Se você gostou e quer saber mais detalhes me escreva com um comentário neste blog. Se você tem outras ideias que possam somar ou melhorar esta ou que sejam diferentes, mas que possam melhorar o sistema do PSS por favor contribua. O futuro da nação se faz com a contribuição de todos.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Coletor de água da chuva sem bombeamento de água.

Como fazer um coletor de água da chuva sem bombeamento de água.


Com as ameaças de falta de água e o preço das contas de água me interessei em projetos que pudessem reduzir o consumo de água e captar água de chuva. O ideal seria coletar água suficiente na qualidade suficientemente boa para dispensar o abastecimento de água coletivo, mas o que pude montar foi um pequeno teste que não requer bombeamento de água e que nos faz aproveitar algumas dezenas de litros de água da chuva e que poderia ser usado num telhado maior e talvez suficiente para a coleta ideal.

O aproveitamento de água da chuva vai depender de vários fatores como:

- Consumo de água médio mensal. (Quantos metros cúbicos de água gastamos por mês e gostaríamos de suprir com a água da chuva.)
- Área de telhado disponível para a coleta.
- Volume das caixas de água disponível para abastecimento com água da chuva.


Fotos: Eu, Luiz, e nosso sistema de coleta de água da chuva.

Aqui onde moramos temos um grande telhado, mas que fica abaixo do nível da caixa de água. Para aproveitar a água desse telhado teríamos que construir caixas grandes ou cisternas que demandariam o bombeamento de muitos e muitos litros de água para a caixa alta para servirem ao abastecimento.

Quanta água precisamos?

Eu e minha esposa passamos bastante tempo em casa e temos consumido em média 8m3 (oito metros cúbicos) de água por mês. Esse consumo baixo só é possível devido a medidas de reaproveitamento de água que utilizamos.
Antes das medidas consumíamos 10m3 por mês, então estes 10m3 representam o volume de água que nós precisamos por mês. Estou citando nossos números para dar uma noção aos leitores, mas cabe a cada um fazer suas medidas e adaptar a suas necessidades.

Medidas de reaproveitamento de água para redução de consumo mensal.


1 - Água do banho para a descarga do vaso sanitário:

Nós costumávamos gastar em média 10m3 de água por mês quando decidi fazer um teste de adquirir 3 baldes de 20L cada e passar a tomar banho sobre os baldes de água e usar a água reaproveitada do banho para as descargas do vaso sanitário. Além disso cuidei mais dos pequenos desperdícios de água ao lavar a louça etc.

2 - Água da máquina de lavar roupa reutilizada.

Passamos também a reaproveitar a água da máquina de lavar roupa. Notamos que a água que saia da máquina era aproximadamente 60L em cada rodada de roupas e que a água das roupas brancas ou coloridas poderia ser usada para lavar os panos de chão ou mesmo das brancas para as coloridas sem problemas. E após o ciclo de reuso ainda era possível coletar a sobra para a descarga do vaso sanitário.
Assim os 60L que antes gastávamos por máquina o que resultava em aproximadamente 180L a cada dia de lavar roupas foram reduzidos a pouco mais de 60L da primeira maquinada branca, que passava então para os baldes e abasteciam a maquinada de roupas coloridas, que voltavam aos baldes e voltavam para a máquina para os panos de chão, finalmente tornando aos baldes para a descarga do sanitário.
Com tanto movimento de baldes de 20L ficou necessário baldes adicionais de 6L para facilitar as descargas.

3 - Nunca lavar calçadas.

Essa medida já adotávamos de modo que permitia nosso consumo relativamente baixo. Nunca lavamos calçadas porque entendemos ser um desperdício de água potável, e como não temos animais em casa, basta varrer a seco. Claro que as pessoas que possuem animais que defecam e urinam na calçada precisam lava-las porque entendemos que antes da economia de água tem que estar a manutenção das condições sanitárias sustentáveis para uma vida sadia.

Qual foi a economia em volume de água?

Todo esse movimento de água em baldes dá trabalho e tem um cunho experimental. Não é tão prático.
Mas nesse nosso experimento havia reduzido nosso consumo mensal de 10m3 para 5m3 mensais!
Estimo que dos 10m3 que consumíamos de água 4m3 iam pela descarga abaixo no vaso sanitário e 1m3 foi resultado de outros pequenos esforços no sentido de economizar água.
Isso mostra que a adoção de vasos sanitários mais econômicos ajuda bastante na redução do consumo de água. Mas o que seria ainda melhor: se pudéssemos aproveitar de forma automática a água do banho e da máquina de lavar roupa para as descargas do vaso sanitário seria uma boa economia de água mensal. O problema é que soluções desse tipo envolvem caixas de água "suja" e bombeamento de água para caixas altas que então tornariam possível o aproveitamento e bombeamento de água significa consumo de energia elétrica, ou como penso em um dia montar, uma bomba d'água montada numa bicicleta ergométrica para bombear a água para as caixas altas.

Quanto economizamos com esse sistema?

A economia de água com esses sistema depende da área de telhado e da média de chuvas. Em nosso teste temos um telhado acima do nível das caixas altas de apenas 6m2. Conectamos a calha desse pequeno telhado a nosso cano de coleta e temos economizado apenas algumas dezenas de litros, talvez uma ou duas centenas de litros por mês o que não faz quase diferença no consumo mensal, mas mostra que o sistema torna possível um aproveitamento sem bombeamento, ou seja, sem gasto de energia! Quem tiver um telhado grande terá grandes economias na água.


Como montar o sistema de coleta de água sem bombeamento:

1 - A calha:

Primeiramente instale uma calha no seu telhado que desça em cano de PVC 100mm de diâmetro. O tamanho do cano deve ser proporcional a área do telhado. Em nosso caso um cano de 40mm bastaria, mas fiz com o de 100mm. Se o telhado for muito grande você precisará de mais de um cano para descida da calha. Assegure-se de que a descida da calha passará perto de suas caixas altas.


A calha será tampada na parte inferior com um registro de alta vazão.
Nós instalamos um L de ferro aparafusado na parede para sustentar o cano da calha. Instalamos também braçadeiras e arames para distribuir e sustentar o peso do cano com a água. Lembre-se de que este cano vai estar cheio de água e pesará 1kg por litro de água!

2 - O acumulador:



Note que nossa calha desce parte da altura ao chão com cano de 100mm e depois estreita para 50mm. Isso se deve ao volume do acumulador. O acumulador é o cano da calha que conterá a água que será descartada no seu coletor. Essa água descartada é muito importante para evitar que entre água suja em sua caixa d'água. A água do acumulador é a primeira água que lavará seu telhado e deve ser descartada pelo sistema. Após essa água passar e preencher o cano da calha é que a água chegará ao nível da caixa d'água e passará a ser aproveitada.


3 - Os 2 "T"s.


Na calha na parte alta instalamos 2 "T"s. O primeiro, mas abaixo desvia a água para a coleta na caixa, o segundo serve como ladrão evitando que o sistema colapse quando cheio.

O funcionamento básico:

O objetivo é que a água da chuva desça pela calha e pare no registro fechado enchendo o acumulador até chegar no nível do primeiro T e passar a entrar na caixa. Se a caixa lotar e a válvula interna fechar temos o 2o T que permite que a água saia pelo 2o "ladrão".
No intervalo entre chuvas a pessoa abre e fecha o registro baixo na base do acumulador para descartar a água do acumulador.

4 - O registro da base do acumulador.

Este registro serve para descartar a água do acumulador no intervalo entre chuvas. Uma alternativa seria um furinho num "cap", mas nós testamos e tende a entupir e a deixar água suja presa no sistema o que não é bom. Este registro de alta vazão custou uns R$ 40,00. é de 50mm e permite que a água suja saia como uma descarga levando as folhas e a matéria orgânica que desceu do telhado. O furinho no "cap" manteria as folhas e a terra dentro apodrecendo o que contaminaria o próximo ciclo de chuva e coleta.


5 - A válvula pistão interna:

Fizemos uma válvula tipo pistão que permite que a água saia por orifícios laterais de alta vazão enchendo a caixa, mas que feche quando o nível da água atingir o máximo e as boias empurrarem por empuxo o pistão para cima. Espero que de pra ver nas fotos. Parafusos laterais fixados nas boias e isopor selado com silicone e cola de cano são alguns detalhes. Cada um pode montar sua válvula, mas o problema é a vazão que a válvula deve permitir. Uma boia de caixa d'água faz a mesma função, mas não tem vazão suficiente de água e como a chuva cai em bastante volume em pouco tempo, não é possível usar uma boia comum de caixa d'água.



Para o cano do abastecimento entrar na caixa nós furamos com serra copo a parte lateral superior da caixa de modo a passar um cano de 50mm. Esse cano também dependerá do tamanho do telhado. Aqui em nosso telhadinho teste de 6m2 não pude observar vazão que justificasse esse cano de 50mm. Acredito que um caninho de 20mm seria suficiente, mas como montamos esse projeto para testar para telhados maiores fizemos grande assim.

Dimencionamento do projeto:

Vamos pensar. Um cano de 20mm de diâmetro tem uma área de A = pi . (D/2)^2 (Pi vezes metade do diâmetro ao quadrado).
E vazão é o volume de líquido por tempo.
Em nosso caso pude ver que o jatinho de água numa chuva média forte não ocupava área maior de a correspondente a um diâmetro de 10mm. Então a área que esta chuva forte ocupava de cano em nosso telhado de 6m2 era de A1 = 3,14 . (10/2)^2 ; A1 = 78,5 mm2
Cada 6m2 precisaria de 78,5mm2. Então são 78,5 / 6 para sabermos a área de cano por metro quadrado.
Aproximadamente 13,1 mm2 por m2 de telhado.

Já o diâmetro do cano necessário seria dado pela seguinte fórmula:
D = 2 * Raiz quadrada (Área do cano necessária/pi)
Assim podemos ter uma primeira ideia de dimencionamento do projeto.

Se tivéssemos um telhado de 60m2. Teríamos 10 vezes mais água coletada na mesma chuva, então a área necessária de cano seria de 10 * 78,5mm2 = 785mm2 e o diâmetro do cano seria:
D2 = 2 * Raiz quadrada (A2/pi) ;
D2 = 2 * Raiz quadrada (785/3,14); D2 = 31,62mm2

Um cano de 50mm de diâmetro seria suficiente para
A50 = pi . (D/2)^2
A50 = 3,14 . (50/2)^2 => A50 =  1962,5mm2
Cada 6m2 precisaria de 78,5mm2. Então são 78,5 / 6 para sabermos a área de cano por metro quadrado.
Aproximadamente 13,1 mm2 por m2 de telhado.
1962,5 / 13,1 = 149

Então o cano de 50mm de diâmetro seria suficiente 
para um telhado de aproximadamente aproximadamente 150 m2.

Como aproveitar a caixa d'água original de casa para a coleta de água?

Em nosso experimento aproveitamos a caixa d'água original para a coleta da água da chuva, de modo que a água coletada vai misturar com a água clorada da rede de abastecimento.
Mas como abrir espaço para o novo volume de água?
Para abrir espaço para o volume a ser coletado fizemos um cano em S para abaixar o nível da boia da caixa d'água alta original de modo que a caixa só enchia com a água da rede até o nível mais baixo e entre o nível da boia e o da válvula pistão fica espaço para encher com água da chuva.


O cano em S que rebaixa a boia serve para duas coisas. Uma é evitar fazer um novo furo na caixa d'água e outro é poder regular o novo nível com mais facilidade bastando alterar a posição da boia e do S.

Em nosso caso temos uma caixa de 1000L = 1m3 de água. Limitamos o novo nível de modo a ter aproximadamente 250L para a água da rede restando uns 750L para a coleta da água da chuva.
Esta proporção de 1/3 foi meu primeiro teste, mas logo vi que podia chover muito e nosso telhadinho de 6m2 não era suficiente para encher os 750L restantes de modo que para esse telhadinho uns 250L para a chuva e 750 para a rede bastariam com sobra.
Imagino que o recomendado é deixar a quantidade necessária de uns 250L por pessoa na casa para a água da rede e o que tiver sobrando de caixa deixar para a coleta da água da chuva.
Em nosso caso sou eu e minha esposa, então teríamos 500L para a água da rede e o restante para a coleta da água da chuva.

O filtro:

Colocamos uma tela fina que funciona como filtro logo na ligação do 1o T, o T mais abaixo na entrada da coleta para a caixa. Essa tela serve para evitar que folhas que flutuam no acumulador possam entrar na caixa d'água e tenho notado que este pequeno filtro de uma tela é muito importante. Em nosso caso temos uma árvore que cobre parte do telhado e derruba folhas. Essas folhas atrapalham muito a coleta de água, mas com esse acumulador e o filtro conseguimos uma água bastante razoável que misturada com a da rede pode ser de uso geral.

Dimencionando o acumulador.

Qual volume de água devo descartar no acumulador para coletar água limpa?
Essa pergunta nos fez construir inicialmente um acumulador gigante que acumulava uns 120L de água para então começar a coletar, mas em nosso telhadinho a chuva passava e tudo ficava inicialmente no acumulador. Modificamos então para acumular uns 50L e passamos a ter coleta de água limpa.
Acredito pelas observações da dinâmica desse nosso experimento que um acumulador de uns 30L seria suficiente para nosso telhado sujo com folhas dessa árvore que tem sobre ele.
Num telhado limpo, sem árvores acima, o acumulador pode ser pequeno, mas deve sempre existir. Talvez uns 12L para cada 6m2.

Telhado com árvores:  5L de acumulador por m2 de telhado.
Telhado limpo:            2L de acumulador por m2 de telhado.

Lembre de montar o cano como se fosse uma calha mesmo, descendo preferencialmente para o acumulador para que a água inicial acumule nele e somente após atingir o nível do cano de coleta é que a água deve começar a entrar na caixa. Isso é necessário para que o acumulador funcione e a sujeira pesada não entre em sua caixa d'água. Para a sujeira leve, que flutua, como folhas, coloque o filtro de tela antes da entrada da caixa, de modo a manter as folhas no cano do acumulador para que com a descarga do sistema pelo registro de baixo as folhas possam descer e não fiquem presas no cano.

Posso beber da água da chuva?

A água da chuva é bastante limpa, mas se contamina no contato com a sujeira de seu telhado.
Se seu telhado tiver árvore com folhas ou contaminantes de outro tipo fica óbvio que esses contaminantes, embora reduzidos pelo acumulador e pelo filtro de tela podem fazer que sua água deixe de ser boa para beber diretamente. Para beber sua água da chuva é recomendável que use filtros na casa somente para a pequena quantidade de água a ser bebida e na medida do possível mantenha o telhado limpo.
Não tentamos filtrar muito a água de entrada porque não podemos esquecer da grande vazão necessária para uma chuva e que normalmente não é possível em um filtro, ao menos que consigamos um filtro de alta vazão.

Finalmente

Esse é um resumo de nossa experiência com a coleta de água da chuva no sistema sem bombeamento, com acumulador e filtro simples.
Se você conseguiu um sistema melhor, uma válvula melhor ou qualquer melhoria e quiser compartilhar conosco deixe seu recado nesse blog. Espero que essas dicas lhe sejam úteis e que em breve nós possamos montar um sistema melhor de coleta.

Até. Luiz.